Uma aventura para os amantes do Trekking, a travessia Serra da Bocaina - Mambucaba, a famosa "trilha do ouro" foi palco de nosso mais recente trabalho na Today Tours, com um grupo vindo da Irlanda.
Normalmente o roteiro pode ser feito em três dias, percorrendo-se cerca de 90km. Para atender a demanda de clientes dos últimos sete anos, vindos da Inglaterra, criamos uma programação mais forte, feita em cinco dias, com cerca de 105km de caminhada. A pedido nosso e criada pelo Cebolla, o experiente guia que nos atende na região, a "trilha dos ingleses" é para os que já tem a bota amaciada!
Antiga rota dos índios Guaianazes e de tropeiros, que alternou o caminho do ouro que escoava de Minas Gerais pela Estrada Real, a trilha começa do alto da serra da Bocaina, no Estado de São Paulo e termina em Mambucaba, no município de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. O roteiro é lindo e corta toda a área do Parque Nacional da Serra da Bocaina, com seus campos de altitude e grandes trechos preservados de Mata Atlântica primária. Importante ressaltar a presença de grandes Araucárias, famosa espécie de pinus muito comum no sul do Brasil, remanescentes das florestas plantadas pelos colonizadores da região. Para completar o show, lindas cachoeiras pelo caminho, entre elas a Cachoeira dos Veados, a maior do estado de São Paulo com seus cerca de oitenta metros de queda.
Todas as nascentes, córregos e riachos vão ajudando a formar o imponente e cristalino rio Mambucaba, que nos acompanha em longos trechos da travessia.
Com o declínio do ciclo do ouro, o caminho que ajudou a burlar durante anos a fiscalização da coroa portuguesa, foi aproveitado para o escoamento do café plantado em toda a região que alcançava até o vale do Paraíba. A descida do trecho final da caminhada é feito sobre o piso de pedras original, feito pelos escravos e posteriormente acabado pelos fazendeiros da região para o escamento do café.
Considerada a "capital" do parque e passagem obrigatória das tropas de mulas, a cidade de São José do Barreiro guarda ainda o remanescente de seu casario típico colonial e a hospitalidade de seus cerca de quatro mil e quinhentos habitantes. Nosso roteiro tem como base a partida de São José, feita ainda em pick-ups 4x4 ou caminhão, para a subida da serra até o alto da Bocaina. À partir daí, a caminhada recebe o apoio em trechos específicos de veículos 4x4, cavalos, mulas ou burros, que levam as bagagens e servem de apoio para alguma eventualidade. Nas costas do grupo apenas as mochilas de ataque com o que for usado durante o dia de caminhada. Em nossos prgramas, alem dos guias, temos sempre a presença de um médico caminhando junto.
Toda a programação inclui pernoites em pousadas e casas de colonos já preparadas para receber os inúmeros visitantes aventureiros. Este é um meio interessante de se interagir com que mora na região, os colonos que herdaram a cultura típica da roça. o grande problema existente desde a criação do Parque Nacional da Bocaina, no início da década de setenta, é o conflito entre os colonos e o IBAMA. Seria de fácil solução se não fosse a intransigência do órgão que defende a saída dos moradores, não aceitando que eles possam viver com sua agricultura de subsistência. A grande saida porem, seria justamente a existência de um fluxo permanente e organizado de Ecoturismo sustentável, oficializando e capacitando a mão de obra local em vários serviços, como guias, monitores ambientais e atendimento nas pousadas.
No mais, é aproveitar todo o potencial mais do que conhecido deste paraíso dos amantes das aventuras, estrategicamente colocado entre o Rio e São Paulo. A Trilha do ouro é uma aventura imperdível para quem nunca fez e nunca uma repetição para que já conhece!
Porque o título "Pica a Mula"?
Esse era o chamamento oficial feito pelos tropeiros na hora de retomar o caminho depois de uma parada e adotado pelo nosso guia...
Então, pica a mula e boas trilhas!
quinta-feira, 26 de junho de 2008
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